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sábado, 30 de maio de 2020

A PROFECIA DAS 70 SEMANAS VERSO A VERSO


Vou trazer neste estudo, uma forma simples de entender a Bíblia verso a verso. Já existem estudos semelhantes sobre este assunto na internet, mas acho muito longos, e que confundem um pouco o leitor. Vamos ver se esta forma mais compacta, mas completa, torna acessível a compreensão do amigo leitor.
Daniel 9:24-27 a tão famosa profecia das setenta semanas. Estou usando a tradução João Ferreira de Almeida corrigida fiel. Quando usar textos de outra tradução colocarei a referência.
Verso 1. Setenta semanas estão decretadas sobre teu povo, e sobre a tua santa cidade, para fazer cessar a transgressão, para dar fim aos pecados, e para expiar a iniquidade, e trazer ajustiça eterna, e selar a visão e a profecia, e para ungir o santíssimo.
Neste verso existem vários temas para esclarecermos. 1° ponto: quanto tempo de fato estas setenta semanas são? Parece lógico, 70x7 dias igual a 490 dias. Mas não é tão simples como se parece, estamos falando de profecia Bíblica, e na Bíblia tem certos detalhes que passam desapercebidos para um leitor superficial. Dois textos bíblicos com dois exemplos Bíblicos, vão nos dar luz sobre contagem de tempo em profecia. Números 14:34
Segundo o número dos dias em que espiasse a terra, a saber, quarenta dias, levareis sobre vós as vossas iniquidades por quarenta anos, um ano por um dia, e conhecereis a minha oposição.
Ezequiel 4:4-6 Tu também deita-te sobre o teu lado esquerdo, e põe sobre ele a iniqüidade da casa de Israel; conforme o número dos dias em que te deitares sobre ele, levarás a sua iniquidade.
5 Pois eu fixei os anos da sua iniquidade, para que eles te sejam contados em dias, trezentos e noventa dias; assim levarás a iniquidade da casa de Israel.
6 E quando tiveres cumprido estes dias, deitar-te-ás sobre o teu lado direito, e levarás a iniquidade da casa de Judá; quarenta dias te dei, cada dia por um ano.
Percebeu algo? Nos dois casos os dias literais foram literais para as pessoas, 40 dias para os espias e 390 dias e 40 dias para o profeta Ezequiel. Mas para o povo estes dias representavam anos, um dia literal igual a um ano literal. Então em profecia a contagem de tempo é clara, para a pessoa humana um dia é um dia; para um povo um dia é um ano. Na Bíblia tem casos que foi exatamente aplicado isso. Daniel 4 na história de Nabucodonosor louco, os sete anos que ele ficaria “louco” por ele ser uma pessoa foram sete anos literais mesmo. Em apocalipse 13:5 conta sobre um poder mundial que agiria por 42 meses, Foi-lhe dada uma boca que proferia arrogâncias e blasfêmias; e deu-se-lhe autoridade para atuar por quarenta e dois meses. Quem estuda sabe que se trata do papado da idade média que dominou o mundo por 1260 anos. De 508 a 1798 depois de Cristo, como um governo assim como um povo não tem dias finitos, o governante e as pessoas morrem, mas o reino e o povo continuam, aplicou-se a contagem um dia igual a um ano. (42 meses tem 1260 dias que é igual a 1260 anos).
Bem, voltemos a Daniel 9:24. Fica claro que setentas semanas, 490 dias, são 490 anos literais, pois é para o POVO de Daniel, os Judeus.
Agora os outros acontecimentos do verso:
Para fazer cessar a transgressão. O povo estava perdido entre tradições e costumes errôneos, seria o fim destas transgressões contra a lei de Deus.
Para dar fim aos pecados. Todos os dias e anos se fazias ritos no templo para perdão dos pecados. Aconteceria o fim daqueles ritos e pecados.
Para expiar a iniquidade e trazer a justiça eterna. Os ritos do templo eram diariamente envolvendo sacrifícios de animais para expiação, o que aconteceria seria o fim daquele tipo de expiação trazendo a justiça ou o perdão eterno.
E selar a visão e a profecia. Daniel 9 é uma sequencia de Daniel 8, onde o profeta teve a visão das 2300 tardes e manhãs. Nestas setentas semanas que fazem parte das 2300 tardes e manhãs, estes acontecimentos selariam ou comprovariam a veracidade da profecia como um todo.
E para ungir o santíssimo. Ungir é o mesmo que consagrar, escolher o santíssimo, alguém ou algo seria ungido ou escolhido como santíssimo.
Compreendeu cada detalhe que aconteceria dentro destes 490 anos? Na história mundial estes fatos todos teriam que acontecer para selar a visão da profecia, ou comprovar sua veracidade. Vamos para o verso seguinte e seguir a pesquisa.
Daniel 9:25 Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém até o ungido, o príncipe, haverá sete semanas, e sessenta e duas semanas; com praças e tranqueiras se reedificará, mas em tempos angustiosos.
Aqui começa mais detalhes interessantes, fala do tempo em que começaria os 490 anos e uma divisão neste tempo até o ungido, o príncipe. Note que aqui já esclareceu o que era ungido no verso anterior, um príncipe, então se trata de uma pessoa, um escolhido. Não se esqueça disso. O começo dos 490 anos seria com uma ordem de restauro e edificação de Jerusalém. Sabemos que no tempo de Daniel ele estava cativo em babilônia e sua terra natal, tinha sido invadida e saqueada pela Babilônia, inclusive a cidade de Jerusalém tinha sido completamente destruída.
A história registra e a bíblia também, que houve três decretos de liberdade ou restauração do povo judeu. Esdras 1, no primeiro ano de Ciro no governo da Babilônia, 538-537 antes de Cristo, Ciro emite um decreto para reconstruir o templo em Jerusalém. Esdras 4 e 5 No 2° ano de Dario 519 antes de Cristo, Dario deu nova ordem pera reiniciarem a obra do templo que estava parada e em 516 a.C foi inaugurado o templo. 
Esdras 7 no 7° ano de Artaxerxes 458 a.C Esdras foi enviado para organizar a sociedade judaica, para eleger ministros e magistrados, para julgar o povo. Note que nos dois primeiros decretos, somente eles tinham ordens para construir o templo, no decreto de Artaxerxes, que a sociedade judaica foi novamente independente, ou liberta de fato e com domínio da região. A cidade de Jerusalém foi novamente construída e os muros também, Neemias 2. Portanto não há duvida que Jerusalém foi reconstruída de fato, física e socialmente, somente depois do decreto de Artaxerxes, em 458 a.C, ficando esta data como o ponto de partida dos 490 anos da profecia. Outro ponto fundamental que este último decreto foi no 1° dia do 1° mês Persa, nisã. Isso foi o primeiro dia da primavera lá no hemisfério norte. A profecia diz que desde a ordem da ordem... portanto o marco inicial desta profecia é primavera de 458 a.C (antes de cristo).
O restante do verso revela uma divisão de tempo dentro dos 490 anos totais. Sete semanas (49 anos) e sessenta e duas semanas (434 anos). 49 anos foi o tempo aproximado que a cidade de Jerusalém foi totalmente construída. Mais 434 anos chegamos ao ano 26 d.C (depois de Cristo). O texto continua dizendo que as praças e tranqueiras seriam reedificadas, mas em tempo angustiosos.na versão almeida revista e atualizada diz as praças e circunvalações. Muitos estudiosos dizem que este tempo angustioso foi quando Jerusalém estava sendo construída no tempo de Esdras e Neemias. Mas que angustia existia se eles estavam construindo com a ordem do rei mundial, com dinheiro do rei, com ordem para todos os tesoureiros e governantes locais darem o que os Judeus precisassem para terminar a obra? Fica meio incoerente, não achas? Outro detalhe é que esta frase vem depois das 69 semanas (7 mais 62) ou seja, ano 26 d.C.
A história registra uma reedificação das praças e circunvalações do templo no tempo do rei Herodes, o povo judeu vivia em angustia e opressão pelo domínio do império Romano, e Herodes era de um povo inimigo dos judeus, tinha sido colocado como rei por decreto de Roma, contrariando a vontade dos Judeus, se é que eles tinham. Herodes anunciou a reforma do templo para fazer média com os lideres judaicos, pois sabia que não tinha o apoio deles. Dentro deste quadro, existe tempo mais angustioso para encaixar na profecia? Herodes no ano 20 a.C começou a obra de reedificação e João 2:20 diz algo revelador: Disseram, pois, os judeus: Em quarenta e seis anos foi edificado este santuário, e tu o levantarás em três dias? Percebe? Se começou segundo os registros históricos a obra, em 20 a.C e levou 46 anos para ficar pronto, exatamente no ano 26 d.C, o final das 69 semanas.
Seguimos, verso 26, E depois de sessenta e duas semanas será cortado o ungido, e nada lhe subsistirá; e o povo do príncipe que há de vir destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será com uma inundação; e até o fim haverá guerra; estão determinadas assolações. Depois das 62 semanas (na verdade é depois das 69 semanas, as 7 anteriores mais as 62) isso aqui é importantíssimo, há teses que dizem que as 69 semana já aconteceram e a última semana será ainda no futuro, quando Israel sofrerá a grande tribulação e o governo do anti cristo será imposto no mundo. Veja bem, na profecia não existe nada que evidencie este espaço de tempo, os 490 anos são simultâneos, na sequência. O verso diz que depois da 69 semana o ungido seria cortado, ou tirado na versão ARA. Percebe? O mesmo ungido, ou príncipe ou escolhido dos versos anteriores. E nada lhe subsistira, ou restará, ele seria morto. Depois das 69 semanas mas dentro da última semana ou 7 anos finais. Segundo o contexto bíblico, sabemos que foi o escolhido, o príncipe ungido que fez cessar a transgressão, deu fim aos pecados, trouxe a justiça eterna e foi ungido como o santíssimo. Estamos falando de jesus, o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Então o batismo ou unção de Jesus, e a morte de Jesus aconteceu nesta semana final ou nestes 7 anos restantes. O restante do verso abre um parênteses profético sobre o que aconteceria com a cidade e o templo novamente, um povo de um príncipe que haveria de vir destruiria a cidade e o templo. É claro que este príncipe não é o mesmo príncipe que seria ungido, o escolhido, isso é comprovado pelos registros históricos, os judeus e Jesus nunca destruíram a cidade ou o templo. Esse parênteses no futuro estava se referindo ao povo Romano e o general Tito, príncipe de Roma, que no ano 70 d.C destruiu o templo e a cidade após uma rebelião dos judeus. Até o fim do mundo, Jerusalém sofre e sofrerá guerras e assolações.
O último verso volta a concluir o assunto sobre o ungido escolhido da profecia, Jesus.  E ele fará um pacto firme com muitos por uma semana; e na metade da semana fará cessar o sacrifício e a oblação; e sobre a asa das abominações virá o assolador; e até a destruição determinada, a qual será derramada sobre o assolador.
Aqui tem um segredo incrível desapercebido por muitos. Sabemos que Jesus foi batizado com cerca de 30 anos, Lucas 3:23; e foi crucificado após 3 anos e meio de ministério. Lucas 3:1 diz que João Batista começou seu ministério no 15° ano de Tibério Cézar. Os registros históricos relatam que Tibério começou a governar em 14 d.C portanto seu 15° ano foi 29 d.C. João Batista era seis meses mais velho que seu primo Jesus, Lucas 1, jesus tenha 30 anos quando foi batizado portanto Jesus foi batizado no ano 30 d.C com 30 anos; não é de admirar se o próprio Jesus dividiu a história em a.C e d.C se teve 3 anos e meio de ministério foi crucificado no ano 33 d.C com 33 anos de idade. A crucificação foi na primavera do hemisfério norte, 14 de nisã, dia da páscoa judaica, Jesus era o verdadeiro cordeiro pascoal. A registros históricos da igreja Católica que afirmam que Jesus morreu no ano 33 d.C com 33 anos de idade. Pois bem, lembra-se do inicia da profecia? Desde a saída da ordem de edificação de Jerusalém até o ungido ...e que o ungido seria tirado ou morto na última semana... data da saída da ordem, 458 a.C primavera mais ou menos (depende do ponto de vista) 490 anos, exatos 33 d.C primavera, se começou na primavera é logico que findará 490 anos completos na primavera. Então veja o gráfico completo dessa profecia.
Inicio 458 a.C primavera decreto de Artaxerxes no 7° ano de governo
Menos 49 anos  409 a.C primavera conclusão da edificação de Jerusalém
Menos  anos 434  26 d.C primavera conclusão da reedificação por Herodes
Menos 3 anos e meio 30 d.C outono batismo de Jesus
Menos 3 anos e meio 33 d.C primavera morte e ressurreição de Jesus, o fim dos 490 anos literais da profecia para o povo de Daniel, ou seja, os judeus.
Pensa que acabou? Não se esqueça dos detalhes. Para um bom e atencioso pesquisador; o verso 27 traz uma contradição aparente sobre o exposto até aqui. E ele fará um pacto firme com muitos por uma semana; e na metade da semana fará cessar o sacrifício e a oblação;  e ele (jesus) fará um pacto firme com muitos por uma semana; uma semana seria 7 anos, Jesus não teve 7 anos de ministério. Foram 3 anos e meio. E na metade da semana seria tirado ou morto, Jesus não morreu na metade de 7 anos mais no fim dos 7 anos. Que aconteceu? Algumas religiões tentam encaixar teses dentro disso para ajustar datas, uma conhecidíssima e contestada e da IASD (igreja adventista do sétimo dia) eles dizem que Jesus foi batizado no começo da semana outono do ano 27 d.C foi morto na metade da semana, ano 31 d.C primavera, e que em 34 d.C outono a morte de Estevão cumpriu o final da profecia, com o povo judeu sendo rejeitado como o povo de Deus. Não vou entrar aqui em detalhes sobre essa tese absurda em todos os sentidos;( 27 -31 -34 não tem evidencias bíblicas e nem históricas, 31 primavera não é a metade matemática de 27 – 34, não há nenhuma evidencia matemática e histórica que Jesus foi batizado no ano 27 se como vimos Tibério começou a governar em 14 d.C e João começou a ministrar no 15° ano de Tibério segunda a bíblia e a história, muito menos que Jesus morreu em 31 com 33 anos e meio, como isso seria possível? E não há na profecia nem uma virgula que mencione ou se interprete Estevão na história das 70 semanas, inclusive o povo dos judeu que deixaram de escolher Deus quando clamaram por Barrabás ao invés de Jesus.) então como se esclarece essa contradição de datas?
Todos os fatos relatados no estudo estão relacionados ao povo judeu, lembre-se que a profecia é determinada sobre o povo, contagem de tempo um dia igual a um ano como foi bem exposto. Não há erro nenhum no apresentado e as datas estão confirmadas pela história e a matemática. Porém o verso 27 tem um detalhe crucial no desfecho da profecia, inclusive que da luz em outro tema polêmico que veremos em outro estudo; o texto diz que ELE fará firme pacto com muitos por uma semana; ELE, JESUS. Jesus quando teve aqui na terra era humano como qual quer um, finito em dias tanto é que morreu, como vimos anteriormente quando a profecia é direcionada para uma pessoa, o tempo é literal, assim como foi para os espias e para Ezequiel.
Por tanto aquela semana ali descrita no verso 27 é literal, pois era direcionada a ELE JESUS, e não ao povo. Aquela semana foi literal na vida de Jesus e a Bíblia prova isso. Como que Jesus fez um pacto com muitos em 7 dias e na metade foi tirado ou morto? A famosa semana santa. No domingo 1° dia Jesus entrou em Jerusalém montado num jumentinho, aclamado pelo povo como os reis antigos de Israel faziam, entende porque ungir o príncipe? Ali todo o povo de Jerusalém o aclamou rei simbolicamente de Jerusalém, fizeram um pacto com o novo rei. No desenrolar da semana jesus foi preso, julgado, crucificado e morreu na metade da semana, quarta-feira; após 3 dia e 3 noites no sepulcro, ressuscitou no final da semana trazendo a justiça eterna para quem crer nele.
Embora muitos acreditam que Jesus morreu na sexta-feira, o que não é bíblico e nem matemático, fica claro o que expus aqui, com base bíblica e matemática, das 70 semanas de Daniel 9. Vou fazer outro estudo como esse provando que Jesus morreu na metade da semana, quarta, e não sexta como diz a tese católica. Já tem estudos neste mesmo blog referente a este assunto “a bíblia prova que Jesus não morreu na sexta-feira” mas farei um novo verso a verso como este. Fique com Deus e que ele o abençoe para encontrares a verdade, pois só ela liberta.
o restante do verso 27 se refere a profecia do capítulo 8, que Daniel fala da abominação assoladora, sobre a asa das abominações virá o assolador, isso que dizer que o assolador viria como sendo Deus, ou tomando o lugar de Deus. é assunto para outro estudo.