Vou trazer neste estudo, uma
forma simples de entender a Bíblia verso a verso. Já existem estudos
semelhantes sobre este assunto na internet, mas acho muito longos, e que
confundem um pouco o leitor. Vamos ver se esta forma mais compacta, mas completa,
torna acessível a compreensão do amigo leitor.
Daniel 9:24-27 a tão famosa
profecia das setenta semanas. Estou usando a tradução João Ferreira de Almeida
corrigida fiel. Quando usar textos de outra tradução colocarei a referência.
Verso 1. Setenta semanas estão decretadas sobre teu povo, e sobre a tua santa
cidade, para fazer cessar a transgressão, para dar fim aos pecados, e para
expiar a iniquidade, e trazer ajustiça eterna, e selar a visão e a profecia, e
para ungir o santíssimo.
Neste verso existem vários
temas para esclarecermos. 1° ponto: quanto tempo de fato estas setenta semanas
são? Parece lógico, 70x7 dias igual a 490 dias. Mas não é tão simples como se
parece, estamos falando de profecia Bíblica, e na Bíblia tem certos detalhes
que passam desapercebidos para um leitor superficial. Dois textos bíblicos com
dois exemplos Bíblicos, vão nos dar luz sobre contagem de tempo em profecia.
Números 14:34
Segundo o número dos
dias em que espiasse a terra, a saber, quarenta dias, levareis sobre vós as
vossas iniquidades por quarenta anos, um ano por um dia, e conhecereis a minha
oposição.
Ezequiel 4:4-6 Tu também deita-te sobre o teu lado esquerdo, e põe sobre ele
a iniqüidade da casa de Israel; conforme o número dos dias em que te deitares
sobre ele, levarás a sua iniquidade.
5 Pois eu fixei os anos da sua iniquidade, para que eles te sejam
contados em dias, trezentos e noventa dias; assim levarás a iniquidade da casa
de Israel.
6 E quando tiveres cumprido estes dias, deitar-te-ás sobre o teu lado
direito, e levarás a iniquidade da casa de Judá; quarenta dias te dei, cada dia
por um ano.
Percebeu algo? Nos dois casos
os dias literais foram literais para as pessoas, 40 dias para os espias e 390
dias e 40 dias para o profeta Ezequiel. Mas para o povo estes dias
representavam anos, um dia literal igual a um ano literal. Então em profecia a
contagem de tempo é clara, para a pessoa humana um dia é um dia; para um povo
um dia é um ano. Na Bíblia tem casos que foi exatamente aplicado isso. Daniel 4
na história de Nabucodonosor louco, os sete anos que ele ficaria “louco” por
ele ser uma pessoa foram sete anos literais mesmo. Em apocalipse 13:5 conta
sobre um poder mundial que agiria por 42 meses, Foi-lhe
dada uma boca que proferia arrogâncias e blasfêmias; e deu-se-lhe autoridade
para atuar por quarenta e dois meses. Quem estuda sabe que se trata do
papado da idade média que dominou o mundo por 1260 anos. De 508 a 1798 depois
de Cristo, como um governo assim como um povo não tem dias finitos, o
governante e as pessoas morrem, mas o reino e o povo continuam, aplicou-se a
contagem um dia igual a um ano. (42 meses tem 1260 dias que é igual a 1260
anos).
Bem, voltemos a Daniel 9:24.
Fica claro que setentas semanas, 490 dias, são 490 anos literais, pois é para o
POVO de Daniel, os Judeus.
Agora os outros acontecimentos
do verso:
Para fazer cessar a
transgressão. O povo estava perdido entre tradições e costumes errôneos, seria
o fim destas transgressões contra a lei de Deus.
Para dar fim aos pecados. Todos
os dias e anos se fazias ritos no templo para perdão dos pecados. Aconteceria o
fim daqueles ritos e pecados.
Para expiar a iniquidade e
trazer a justiça eterna. Os ritos do templo eram diariamente envolvendo
sacrifícios de animais para expiação, o que aconteceria seria o fim daquele
tipo de expiação trazendo a justiça ou o perdão eterno.
E selar a visão e a profecia.
Daniel 9 é uma sequencia de Daniel 8, onde o profeta teve a visão das 2300
tardes e manhãs. Nestas setentas semanas que fazem parte das 2300 tardes e
manhãs, estes acontecimentos selariam ou comprovariam a veracidade da profecia
como um todo.
E para ungir o santíssimo.
Ungir é o mesmo que consagrar, escolher o santíssimo, alguém ou algo seria
ungido ou escolhido como santíssimo.
Compreendeu cada detalhe que
aconteceria dentro destes 490 anos? Na história mundial estes fatos todos
teriam que acontecer para selar a visão da profecia, ou comprovar sua
veracidade. Vamos para o verso seguinte e seguir a pesquisa.
Daniel 9:25 Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e para
edificar Jerusalém até o ungido, o príncipe, haverá sete semanas, e sessenta e
duas semanas; com praças e tranqueiras se reedificará, mas em tempos
angustiosos.
Aqui começa mais detalhes
interessantes, fala do tempo em que começaria os 490 anos e uma divisão neste
tempo até o ungido, o príncipe. Note que aqui já esclareceu o que era ungido no
verso anterior, um príncipe, então se trata de uma pessoa, um escolhido. Não se
esqueça disso. O começo dos 490 anos seria com uma ordem de restauro e
edificação de Jerusalém. Sabemos que no tempo de Daniel ele estava cativo em
babilônia e sua terra natal, tinha sido invadida e saqueada pela Babilônia,
inclusive a cidade de Jerusalém tinha sido completamente destruída.
A história registra e a bíblia
também, que houve três decretos de liberdade ou restauração do povo judeu. Esdras
1, no primeiro ano de Ciro no governo da Babilônia, 538-537 antes de Cristo,
Ciro emite um decreto para reconstruir o templo em Jerusalém. Esdras 4 e 5 No
2° ano de Dario 519 antes de Cristo, Dario deu nova ordem pera reiniciarem a
obra do templo que estava parada e em 516 a.C foi inaugurado o templo.
Esdras 7 no 7° ano de
Artaxerxes 458 a.C Esdras foi enviado para organizar a sociedade judaica, para
eleger ministros e magistrados, para julgar o povo. Note que nos dois primeiros
decretos, somente eles tinham ordens para construir o templo, no decreto de
Artaxerxes, que a sociedade judaica foi novamente independente, ou liberta de
fato e com domínio da região. A cidade de Jerusalém foi novamente construída e
os muros também, Neemias 2. Portanto não há duvida que Jerusalém foi
reconstruída de fato, física e socialmente, somente depois do decreto de
Artaxerxes, em 458 a.C, ficando esta data como o ponto de partida dos 490 anos
da profecia. Outro ponto fundamental que este último decreto foi no 1° dia do
1° mês Persa, nisã. Isso foi o primeiro dia da primavera lá no hemisfério
norte. A profecia diz que desde a ordem da ordem... portanto o marco inicial
desta profecia é primavera de 458 a.C (antes de cristo).
O restante do verso revela uma
divisão de tempo dentro dos 490 anos totais. Sete semanas (49 anos) e sessenta
e duas semanas (434 anos). 49 anos foi o tempo aproximado que a cidade de
Jerusalém foi totalmente construída. Mais 434 anos chegamos ao ano 26 d.C
(depois de Cristo). O texto continua dizendo que as praças e tranqueiras seriam
reedificadas, mas em tempo angustiosos.na versão almeida revista e atualizada
diz as praças e circunvalações. Muitos estudiosos dizem que este tempo
angustioso foi quando Jerusalém estava sendo construída no tempo de Esdras e
Neemias. Mas que angustia existia se eles estavam construindo com a ordem do
rei mundial, com dinheiro do rei, com ordem para todos os tesoureiros e governantes
locais darem o que os Judeus precisassem para terminar a obra? Fica meio
incoerente, não achas? Outro detalhe é que esta frase vem depois das 69 semanas
(7 mais 62) ou seja, ano 26 d.C.
A história registra uma
reedificação das praças e circunvalações do templo no tempo do rei Herodes, o
povo judeu vivia em angustia e opressão pelo domínio do império Romano, e
Herodes era de um povo inimigo dos judeus, tinha sido colocado como rei por
decreto de Roma, contrariando a vontade dos Judeus, se é que eles tinham.
Herodes anunciou a reforma do templo para fazer média com os lideres judaicos,
pois sabia que não tinha o apoio deles. Dentro deste quadro, existe tempo mais
angustioso para encaixar na profecia? Herodes no ano 20 a.C começou a obra de
reedificação e João 2:20 diz algo revelador: Disseram,
pois, os judeus: Em quarenta e seis anos foi edificado este santuário, e tu o
levantarás em três dias? Percebe? Se começou segundo os registros
históricos a obra, em 20 a.C e levou 46 anos para ficar pronto, exatamente no
ano 26 d.C, o final das 69 semanas.
Seguimos, verso 26, E depois de sessenta e duas semanas será cortado o ungido,
e nada lhe subsistirá; e o povo do príncipe que há de vir destruirá a cidade e
o santuário, e o seu fim será com uma inundação; e até o fim haverá guerra;
estão determinadas assolações. Depois das 62 semanas (na verdade é
depois das 69 semanas, as 7 anteriores mais as 62) isso aqui é importantíssimo,
há teses que dizem que as 69 semana já aconteceram e a última semana será ainda
no futuro, quando Israel sofrerá a grande tribulação e o governo do anti cristo
será imposto no mundo. Veja bem, na profecia não existe nada que evidencie este
espaço de tempo, os 490 anos são simultâneos, na sequência. O verso diz que
depois da 69 semana o ungido seria cortado, ou tirado na versão ARA. Percebe? O
mesmo ungido, ou príncipe ou escolhido dos versos anteriores. E nada lhe
subsistira, ou restará, ele seria morto. Depois das 69 semanas mas dentro da
última semana ou 7 anos finais. Segundo o contexto bíblico, sabemos que foi o
escolhido, o príncipe ungido que fez cessar a transgressão, deu fim aos
pecados, trouxe a justiça eterna e foi ungido como o santíssimo. Estamos
falando de jesus, o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Então o
batismo ou unção de Jesus, e a morte de Jesus aconteceu nesta semana final ou
nestes 7 anos restantes. O restante do verso abre um parênteses profético sobre
o que aconteceria com a cidade e o templo novamente, um povo de um príncipe que
haveria de vir destruiria a cidade e o templo. É claro que este príncipe não é
o mesmo príncipe que seria ungido, o escolhido, isso é comprovado pelos
registros históricos, os judeus e Jesus nunca destruíram a cidade ou o templo.
Esse parênteses no futuro estava se referindo ao povo Romano e o general Tito,
príncipe de Roma, que no ano 70 d.C destruiu o templo e a cidade após uma
rebelião dos judeus. Até o fim do mundo, Jerusalém sofre e sofrerá guerras e
assolações.
O último verso volta a
concluir o assunto sobre o ungido escolhido da profecia, Jesus. E ele fará um pacto
firme com muitos por uma semana; e na metade da semana fará cessar o sacrifício
e a oblação; e sobre a asa das abominações virá o assolador; e até a destruição
determinada, a qual será derramada sobre o assolador.
Aqui tem um segredo incrível
desapercebido por muitos. Sabemos que Jesus foi batizado com cerca de 30 anos,
Lucas 3:23; e foi crucificado após 3 anos e meio de ministério. Lucas 3:1 diz
que João Batista começou seu ministério no 15° ano de Tibério Cézar. Os
registros históricos relatam que Tibério começou a governar em 14 d.C portanto
seu 15° ano foi 29 d.C. João Batista era seis meses mais velho que seu primo
Jesus, Lucas 1, jesus tenha 30 anos quando foi batizado portanto Jesus foi
batizado no ano 30 d.C com 30 anos; não é de admirar se o próprio Jesus dividiu
a história em a.C e d.C se teve 3 anos e meio de ministério foi crucificado no
ano 33 d.C com 33 anos de idade. A crucificação foi na primavera do hemisfério
norte, 14 de nisã, dia da páscoa judaica, Jesus era o verdadeiro cordeiro
pascoal. A registros históricos da igreja Católica que afirmam que Jesus morreu
no ano 33 d.C com 33 anos de idade. Pois bem, lembra-se do inicia da profecia?
Desde a saída da ordem de edificação de Jerusalém até o ungido ...e que o
ungido seria tirado ou morto na última semana... data da saída da ordem, 458
a.C primavera mais ou menos (depende do ponto de vista) 490 anos, exatos 33 d.C
primavera, se começou na primavera é logico que findará 490 anos completos na
primavera. Então veja o gráfico completo dessa profecia.
Inicio 458 a.C primavera
decreto de Artaxerxes no 7° ano de governo
Menos 49 anos 409 a.C primavera conclusão da edificação de
Jerusalém
Menos 434 anos
26 d.C primavera conclusão da reedificação por Herodes
Menos 3 anos e meio 30 d.C
outono batismo de Jesus
Menos 3 anos e meio 33 d.C
primavera morte e ressurreição de Jesus, o fim dos 490 anos literais da
profecia para o povo de Daniel, ou seja, os judeus.
Pensa que acabou? Não se
esqueça dos detalhes. Para um bom e atencioso pesquisador; o verso 27 traz uma
contradição aparente sobre o exposto até aqui. E ele
fará um pacto firme com muitos por uma semana; e na metade da semana fará
cessar o sacrifício e a oblação; e ele (jesus) fará um pacto firme com muitos
por uma semana; uma semana seria 7 anos, Jesus não teve 7 anos de ministério.
Foram 3 anos e meio. E na metade da semana seria tirado ou morto, Jesus não
morreu na metade de 7 anos mais no fim dos 7 anos. Que aconteceu? Algumas
religiões tentam encaixar teses dentro disso para ajustar datas, uma
conhecidíssima e contestada e da IASD (igreja adventista do sétimo dia) eles
dizem que Jesus foi batizado no começo da semana outono do ano 27 d.C foi morto
na metade da semana, ano 31 d.C primavera, e que em 34 d.C outono a morte de
Estevão cumpriu o final da profecia, com o povo judeu sendo rejeitado como o
povo de Deus. Não vou entrar aqui em detalhes sobre essa tese absurda em todos
os sentidos;( 27 -31 -34 não tem evidencias bíblicas e nem históricas, 31
primavera não é a metade matemática de 27 – 34, não há nenhuma evidencia
matemática e histórica que Jesus foi batizado no ano 27 se como vimos Tibério
começou a governar em 14 d.C e João começou a ministrar no 15° ano de Tibério
segunda a bíblia e a história, muito menos que Jesus morreu em 31 com 33 anos e
meio, como isso seria possível? E não há na profecia nem uma virgula que
mencione ou se interprete Estevão na história das 70 semanas, inclusive o povo
dos judeu que deixaram de escolher Deus quando clamaram por Barrabás ao invés
de Jesus.) então como se esclarece essa contradição de datas?
Todos os fatos relatados no
estudo estão relacionados ao povo judeu, lembre-se que a profecia é determinada
sobre o povo, contagem de tempo um dia igual a um ano como foi bem exposto. Não
há erro nenhum no apresentado e as datas estão confirmadas pela história e a
matemática. Porém o verso 27 tem um detalhe crucial no desfecho da profecia,
inclusive que da luz em outro tema polêmico que veremos em outro estudo; o
texto diz que ELE fará firme pacto com muitos por uma semana; ELE, JESUS. Jesus
quando teve aqui na terra era humano como qual quer um, finito em dias tanto é
que morreu, como vimos anteriormente quando a profecia é direcionada para uma
pessoa, o tempo é literal, assim como foi para os espias e para Ezequiel e Nabucodonosor.
Por tanto aquela semana ali
descrita no verso 27 é literal, pois era direcionada a ELE JESUS, e não ao
povo. Aquela semana foi literal na vida de Jesus e a Bíblia prova isso. Como
que Jesus fez um pacto com muitos em 7 dias e na metade foi tirado ou morto? A
famosa semana santa. No domingo 1° dia Jesus entrou em Jerusalém montado num
jumentinho, aclamado pelo povo como os reis antigos de Israel faziam, entende
porque ungir o príncipe? Ali todo o povo de Jerusalém o aclamou rei
simbolicamente de Jerusalém, fizeram um pacto com o novo rei. No desenrolar da
semana jesus foi preso, julgado, crucificado e morreu na metade da semana,
quarta-feira; após 3 dia e 3 noites no sepulcro, ressuscitou no final da semana
trazendo a justiça eterna para quem crer nele.
Embora muitos acreditam que
Jesus morreu na sexta-feira, o que não é bíblico e nem matemático, fica claro o
que expus aqui, com base bíblica e matemática, das 70 semanas de Daniel 9. Vou
fazer outro estudo como esse provando que Jesus morreu na metade da semana,
quarta, e não sexta como diz a tese católica. Já tem estudos neste mesmo blog
referente a este assunto “a bíblia prova que Jesus não morreu na sexta-feira”
mas farei um novo verso a verso como este. Fique com Deus e que ele o abençoe
para encontrares a verdade, pois só ela liberta.
o restante do verso 27 se refere a profecia do capítulo 8, que Daniel fala da abominação assoladora, sobre a asa das abominações virá o assolador, isso que dizer que o assolador viria como sendo Deus, ou tomando o lugar de Deus. é assunto para outro estudo.
o restante do verso 27 se refere a profecia do capítulo 8, que Daniel fala da abominação assoladora, sobre a asa das abominações virá o assolador, isso que dizer que o assolador viria como sendo Deus, ou tomando o lugar de Deus. é assunto para outro estudo.